terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Contagem regressiva


Nem tudo são só agruras. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo, cansativo, já dizia Machado de Assis. Então vamos falar de coisas felizes. Vamos falar de coisas lindas. Vamos falar de Stereophonics. É isso. Minha banda favorita vai lançar CD novo. E o melhor. Por esses dias.

Bem. Tudo começou há algum tempo atrás na ilha do Sol quando eu estava no Rio de Janeiro e recebi um e-mail com uma newsletter avisando das novidades. Era novembro e eles estavam lançando "In a Moment", o primeiro single do novo CD, "Graffiti on the Train".

De lá pra cá eles anunciaram a data de lançamento do álbum, que será, vejam só, na próxima segunda-feira, dia 4 de março de 2013. Nunca quis tanto que uma segunda-feira chegasse logo. Pelo site da banda eles fizeram um esquema de pré-venda de uma edição deluxe, com uns cards, um encarte todo trabalhado e um cd com versões alternativas e acústicas.


Graças a um cartão de crédito internacional e ao bom momento financeiro do nosso país, rolou de comprar e estou agora na contagem regressiva pra chegada do meu CDzinho.

Bom. Nesse meio tempo, o Stereophonics participou de um showzinho na Absolute Radio, uma rádio britânica e, se não me engano, nesse setzinho especial de Natal divulgaram pela primeira vez o segundo single deste novo trabalho. "Indian Summer". Uma das músicas mais belas da história da banda.

Como se não bastasse. Em meio ao nosso Carnaval (ainda ele), a rádio inglesa BBC 2 convidou alguns artistas locais para gravarem um tributo aos Beatles num projeto chamado "12 Hours to Please Please Me". Para quem não sabe, "Please Please Me" é o primeiro álbum de estúdio dos Beatles. E vejam só. Ele foi gravado em estúdio. Em 12 horas.

Nesse álbum tem "Twist & Shout" pra vocês que são modinhas. E tem umas canções belas como "Boys" e "Chains". Bem. Toda uma galera participa desse CD. De todos esses eu só conhecia a Joss Stone. Mas The Merseybeats and Friends fez uma das melhores versões na minha opinião. Por que diabos estou falando isso? Porque os lindos do Stereophonics gravaram uma canção nesse tributo, "I Saw Her Standing There". Só pra me encher de carinho, alegria e emoção.


Muita coisa? Pois vocês não sabem. Com o lançamento do novo CD, os integrantes da banda participaram de uma sessão de gravação do estúdio da Amazon Uk. O resultado disso foram 3 clipes e o EP "Live From Rehearsals" que pode ser baixado de grátis se você tiver uma conta na Amazon e morar no Reino Unido. Apesar da barreira geográfica não permitir o download, a internet, esta linda, oferece meios de quebrá-la.

Assim sendo ouvimos mais duas novas músicas ("Violins & Tambourines" e "No-One's Perfect") enquanto o CD novo não vem. Mas agonia e expectativa que eu tô mesmo é que da última vez que lançaram um CD, o "Keep Calm and Carry On", em 2010, o Stereophonics veio ao Brasil e fez shows na Argentina e no Chile também. Fui no show aqui e fui na Argentina, onde eles tocaram em um festival, fazendo o show de São Paulo ser beeeeeeeem mais legal e maior.

Assim, eles são ingleses. Não têm senso de humor e odiaram ficar 12 horas no avião pra vir pra cá. Mas eu gostaria muito muito muito que eles voltassem pelo final do ano e fizessem mais uns shows pela América Latina já que eu não sou uma lima da pérsia e meu sonho de ir pra Londres vê-los tocar num pub por enquanto ainda está meio longe de se realizar.



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Eu ando com vontade de coisas que eu nem sei o que são. Outro dia era cerveja. Tomei uma latinha e passou. É a urgência do universo me atacando o estômago. Como se eu não tivesse vivendo. Ou como se estivesse vivendo uma vida que não é bem a minha.

Desde o Carnaval que meu sono está desregulado. Durmo tarde, lá pelas 4h. Acordo lá pro meio dia. Não vou a academia pela qual eu paguei. Cem dilmas. Antes tivesse ido num puteiro. Ainda bem que este mês é curto e que está acabando. Mês que vem eu compro Tomb Raider.

Surpreendentemente hoje eu acordei pelas 9h30. A preguiça e o sono só me permitiram levantar cerca de uma hora depois. Consegui ir na academia. Brochado. Sem ânimo. Só fazendo esteira. Bem de leve. Não me atrevo a correr. Falta pique. Falta coragem.. Falta disposição. No caminho, a luz do Sol na calçada.

Caraguá. Era um Sol bonito o que fez hoje de manhã. Era Sol de praia. Me bateu um aperto. Uma vontade louca de descer a serra e tomar um banho de mar. Podia estar pedalando. Indo até a prainha. Sentindo aquela água delicinha da Pedra da Freira. Main Gosh. Quanto falta pra eu me aposentar?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Mesmo que o mundo ignore eu tô me sentindo um herói. Tô me sentindo um sobrevivente. Não vejo a hora de chegar o sábado. Tô trabalhando feito um cão essa semana. Primeiro, o carnaval. Eu achei que seria fácil. Não foi. Nem um pouco.

Peguei o turno da madrugada já na sexta-feira. Primeiro dia. Era pra sair às 07h. Saí às 09h. Difícil pra mim que tava na redação. Difícil pra quem tava no Anhembi, suponho. Só quei passei sufoco. As fotos não chegavam. Segundo dia foi um poquinho melhor. Mas também saí às 09h.

Eu achei que com esse horário daria para pegar um cineminha a tarde ou a noite, que daria para ver meus amigos assim de leve até tomar uma cervejinha. Ha ha. Deu foi nada. Doce ilusão a minha. Não consegui descansar. Meu cérebro simplesmente não desligava quando eu chegava em casa.

E minha mente girava e girava em galerias, edição, fotos e mais fotos e mais fotos. Aquela explosão de cores. O Merlin capengou. Muita fotos caindo em pouco espaço de tempo. Fotos de outros assuntos sumiram. Foram fumadas. Depois voltaram. O autoupdate frenético. Preciso me desintoxicar. O cérebro tá pesado.

Domingo e segunda foi melhor. As fotos vinham mais rápido. Os desfiles começaram antes e acabaram antes também. Nesses dois dias deu pra sair no horário. Só não deu pra descansar. E olha que a terça era pra eu ter entrado às 15h e entrei às 18h.

Pra ajudar, o Papa. Porra. O Papa  renunciou. Eu gelei. Enquanto alguns preparavam suas fantasias de papa e outros faziam piadas no tuiter eu só queria que alguém me falasse que era brinks. O Papa renuncia. No meu mundo atualmente isso significa um milhão de galerias.

Significa os papas do passado, Bento 16 sendo papa, uma retrospectiva da vida do papa, a repercussão da renúncia nos sites gringos, o papa com líderes mundias e brasileiros papáveis. E isso porque não pediram o Papa com celebridade tipo o Bono Vox e a Britney ou algo do tipo mande sua foto do papa.

É isso. Tô traumatizado do volume de coisas. Se as condições não fossem tão adversas e o salário tão pouco seria melhor. Porra. O papa renunciou e a única coisa que eu consegui pensar na hora além da maré de azar que é a minha vida foi que Eurotrip tem uma sequência muito boa sobre isso.

E Eurotrip é tão legal que eu queria apenas chegar em casa, descansar e assistir ao filme. Consegui alugar na locadora do Paulo Coelho, mas quem disse que deu pra assistir? Bom. Não vejo a hora que chegue sábado. Quase 03h da manhã.Vou ficando por aqui, porque ainda preciso dormir, que tem várias coisas pra resolver na quinta e na sexta ainda antes do merecido descanso.

Depois desse desabafo todo chato deixo vocês com as cenas que eu falei.


E não percam a escolha do novo papa. Que seja tão legal como essa daí de cima.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

À Revelia

Imagina a vida social daquele seu professor mais chato da faculdade. Aquele que tinha doutorado na Alemanha e que cobra de tudo e de todos um sério rigor acadêmico. Imagina ele metendo com a mulher. Perae. Que vida? Que mulher? Que metendo?

Pois é. Pedro é assim. O protagonista de "À Revelia", o "primeiro" romance "adulto" da sua, da minha da nossa querida e amada Liliane Prata. Aspas porque eu acho "Uma Bebida e um Amor sem Gelo, por Favor" bastante maduro e apesar de nunca ter lido, tenho muita vontade de ler "O Diário de Débora" 1 e 2.

Mas pensando nesses dias, nessa vida nos últimos tempos entendi o porquê de ser adulto. O que muda da faixa teen para a faixa dos crescidos parece ser a preocupação. Ou as preocupações. Pedro é uma pessoa chata. É um cara chato. Mas que não tem preocupações.

Quer dizer. Ter, tem. Mas no geral, a vida está ótima do jeito que está. Será? Casado há anos com a mesma mulher, sem um envolvimento carnal e afetivo mais forte do que o respeito e a boa companhia. Filhos criados. O orgulho de ser uma autoridade em sua área do conhecimento. E bota orgulho nisso.

Romances? Literatura? Para quê? Escrever um livro sempre foi seu sonho. Sonho este que foi abandonando na medida que foi obtendo cada vez mais títulos. Vai ver por isso rolou uma identificação com o personagem. Sabe-se lá.

Só sei que Pedro é mala. Mas é um retrato das nossas vidas. Exatamente como elas são. A história gira em torno de Pedro e de Betina, sua amante. E de seus surtos para que ele se separe de Vera, sua mulher. E de todos seus ideais, anseios e planos de felicidade.

O perfil psicológico de todos esses personagens é muito bem construído pela Liliane. Pelo menos eu achei. O passado de todos é crível. E achei também um negócio curioso. O livro meio que não tem meio e meio que não tem fim. Interpretação minha. Ele se arrasta. Mas não que isso seja uma crítica. Longe de ser uma crítica ou uma ofensa.

Na verdade isso foi uma das coisas que eu mais gostei no livro. O fato de Liliane construir literatura a partir do trivial. Da banalidade. Diálogos são suprimidos por frases como "e ela falava onde comeu e o que fez após a aula de dança". Tá ok. Não é a frase exata, mas é essa a ideia. Nossa vida é acordar trabalhar voltar pra casa dormir. acordar trabalhar voltar pra casa dormir.

Qual é o propósito de estarmos aqui?, na Terra, digo. Fazendo isso. Uns com mais outros com menos. De onde viemos? Aonde vamos parar? O que vem depois? Passamos sei lá 95% das nossas vidas fora de casa. Em escolas, em trabalhos. Porquê? Pra quê? Pra quem? Qual é o sentido disso tudo? Será se ser adulto é lutar pra não cair em frustração?

Eu não sei muito bem. E o livro não ajudou a responder essas questões. Na verdade, ao retratar esses 95%, que é de uma pessoa cumprindo suas obrigações e entrando em choque com seus desejos e a vida que quer levar e sendo confrontado por sua amante por não ter coragem de tomar as rédeas de sua vida, Liliane Prata me fez questionar profundamente alguns valores e entar em contato com alguns dos meus desejos e sonhos que estavam quase adormecidos.

Ornou com o momento de crise, mas orna para momentos tranquilos também. É um livro bom. Não é um livro engraçado, divertido ou tipo viciante que você não consegue parar de ler. Mas é bom. Talvez melhor do que o romance de Pedro, talvez melhor que o meu romance e a minha literatura.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Perdas e danos

Eu achei que fosse brincadeira. Sabe quando tem alguém mexendo demais no celular e a gente tampa ele começa a querer apertar os botões como pra dizer me dá atenção? Demorei alguns segundos para perceber que não era um conhecido que tinha feito isso. Alguns segundos para entender que não, não era uma brincadeira e que não, aquele filho da puta não ia devolver meu celular.

Alguns segundos então para sair correndo atrás da bicicleta que mais rápida do que as minhas pernas desceu a Augusta levando meu iPhone. Consegui correr alguns quarteirões antes de a desolação tomar conta de mim, como se uma parte de mim tivesse sido levada. E foi. A parte de mim que permite estar em contato com as pessoas que eu amo, sabe.

Essa semana foi horrível. Adaptar-me à ideia. Lidar com as dores físicas e emocionais. Tentar desapegar da cena. Correr atrás dos documentos para enviar para o seguro. E ainda tem isso. Esperar o seguro avaliar meu caso para ver se eu serei reembolsado e terei um novo celular.

Tirei esse final de semana para recolhimento. E descansar da correria que foi para fazer tudo e dar conta de viver e cumprir com outros deveres e compromissos. Olha, espero que 2013 seja melhor do que foi esse primeiro mês, porque desse jeito vai ser bem difícil. Enquanto isso, esperar.