segunda-feira, 29 de julho de 2013

Como me dói

Vocês não sabem como me dói a impotência. De ver todo esse sofrimento. Não ter o que fazer diante de todo esse desespero. Cresci ouvindo minha mãe falando que quer morrer. Que ia segunda-feira no advogado pra se separar. Que quer sumir, desaparecer. É muita falta de amor, próprio, de outro.

Por isso eu não tenho paciência e tento encarar as coisas por um viés prático. Veja bem. Eu posso até tentar entender. E servir de ombro pra você, mas eu não sou tão bom nisso. Eu acabo julgando. Mas não de dono da verdade, não me entenda mal, é que às vezes é muito mais fácil pra mim resolver os seus problemas do que os meus.

Sumir não resolve problemas. Dormir tão pouco. Sério. Problema pra mim é viver desse jeito que a gente vive. Na periferia, ganhando pouco, trabalhando muito, lidando com metrô e ônibus lotado, espremido, apertado. Por isso que eu queria era ganhar na mega-sena, pra não fazer nada da vida. Viveria de perna pro ar com vista pro mar.

Encher laje cansa. Cortar cana cansa. Se teve uma coisa que eu aprendi nessa vida é que quem quer, faz. E quem não quer fica falando. Venho tentando engolir minhas reclamações e mudar o direcionamento do olhar. Eu adoro fazer piada com o meu azar, mas tirando isso, no final das contas, minha vida não é tão ruim como eu gostaria que fosse. Não que seja tão boa como eu gostaria que fosse.

Mas é isso. Não adianta ficar reclamando que o emprego é ruim. Muda de emprego. Não é fácil, mas ninguém falou que seria. Veja bem. Não estamos falando de trocar de roupa. Estamos falando de trocar de vida. Difícil? Nada na vida vem sem esforço e dedicação. Pelo menos na minha vida é assim. Minha prima, a Adriana, está bem, casada, em Belém, com o cara que conheceu na Força Aérea.

Não foi sem sofrer, física e psicologicamente, que ela chegou onde chegou. É isso. A gente vive em tempos em que a gente é obrigado a dar certo, a ganhar bem, a conquistar coisas, a ser feliz. Tô começando a ver que dá pra questionar esses padrões. A gente não precisa de tanto assim. Hype não enche barriga.

Não dá pra viver de imagem. Não dá pra viver na bolha. Não dá mais pra se iludir. Mudar de emprego é difícil, então vamos pelo menos tentar olhar pra ele de outro jeito. Agradecer que estamos com a carteira assinada e tentar focar no que é bom. Nas horas livres, nas pequenas coisas.

Correr em busca de uma vida que não seja medíocre. Queridos. A vida já é medíocre. Tudo que eu mais quero nessa vida é sossego. Paz. Silêncio. 

Aprendi a fazer coisas sozinho também. A não ficar dependendo da vontade alheia pra fazer coisas que me interessam. Por isso eu sou desses, que sai sozinho, que é "egoísta". Outra coisa que eu cansei de ouvir da minha avó foi que "com medo não se vive". E se tem uma coisa que é difícil de enfrentar é o medo.

Minha vó não é tão corajosa assim como quer que eu seja. Não pega o carro pra fazer um trajeto que não conhece e é completamente avessa ao uso do GPS, por exemplo. Também não é esse poço de rebeldia que sempre pregou. A morte do vô deixou isso evidente de certa forma.

São as contradições do ser humano, afinal de contas. Nem todo mundo é médico, nem todo mundo é monstro. Talvez seja amor, talvez seja machismo mesmo, mas foi o acordo que eles fizeram. Ele responsável pelo sustento da casa e ela zelando pelo bem-estar, pelas atividades domésticas e paparicos.

Em casa a coisa é mais tensa. Ainda assim eu não tenho muito o que fazer. A não ser tentar me retirar de lá. Juro que me esforço pra não entrar em discussão. Bancar a casa não dá. Expulsar o pai não rola. Então resta o que já passou da hora de eu fazer. Me puxar, economizar e focar minhas ações pensando no aluguel que estou para pagar.

Num lugar que pelo menos tenha espaço pra eu guardar meus livros. E viver feliz essa minha vida medíocre.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Tem tanta coisa...

... que às vezes fica difícil de entender e saber como agir. Definir prioridades. É coisa demais pra fazer. Tempo de menos pra fazer tudo isso. Tem tanta coisa que aconteceu nesses últimos tempos e no fundo nem foram tantas coisas assim. Foram coisas pontuais que se acumularam e de repente postar, escrever, se expor perde o sentido.

Desde que o vô morreu eu quebrei o úmero. O osso do ombro. Foi uma fratura incompleta. Eu nem sabia que isso era possível. Daí toda a dor que eu estava sentindo desde a queda de patins. E foi um tombo bobo. Não foi como se eu tivesse sei lá, descido a mega rampa. Não. Eu cai na rua de casa.

E a fratura, que tá mais pra um trinco, mas não é um trinco porque não é uma fissura, não saiu no raio-X. Tive que fazer uma artro-ressonância magnética que bem doeu, devido a injeção do contraste e tudo o mais. Sofri também em um plantão nesse mês. Meio doente, com a resistência meio baixa.

Até terçol eu tive. Princípio de gripe. Talvez seja a falta de frutas, de dieta, de exercício. Perdi o controle sobre uma parte da minha vida. Concentro meus esforços agora pra tentar manter uma rotina minimamente prazerosa. Pelo menos isso tá fluindo.

Tenho lido bastante também. Já tem 3 ou 4 livros pra fazer post no blog com a Raíra. Tem alguns gibis, jornais e revistas que desopilei também. A pilha, claro, aumenta numa velocidade maior do que diminui, mas é a vida. Esse final de semana vou tentar fazer uma limpeza no armário.

E falar nisso andei numa fase descontrolado das finanças. Ando pobre ultimamente. No limite do endividamento. Tentando frear a onda consumista. Mas finanças é assuntos pra um próximo post. Terminei o desenho dos Vingadores. Tentei ver Veep, mas não achei graça. E comecei a ver The L Word, mas o começo tá meio parado.

Dia 05 de agosto começo a fisioterapia do ombro. Pra recuperar os movimentos e a elevação do braço. Não vejo a hora de ficar bem e poder andar de patins de novo. Talvez amanhã eu corte o cabelo.