quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Dias de treinamentos

Nesses últimos tempos eu tenho me dado cada vez mais conta de que pra gente ser bom em alguma coisa a gente precisa praticar. Só falamos bem inglês se a gente falar. Só seremos bons motoristas se dirigirmos. E assim sucessivamente.

Diante deste panorama eu chego à conclusão de que se teve uma coisa em que eu acertei na vida foi ter comprado um patins. E ter começado a fazer as aulas na Roller Jam. Porque se tem alguma coisa que eu estou de fato empolgado pra fazer é patinar.

Eu preciso fazer mais aulas de direção. Preciso juntar dinheiro para fazer uma viagem internacional e estudar inglês lá fora, desenferrujar o inglês adormecido. Mas cadê a verba para focar nessas coisas? Está aí o grande dilema.

Aprender a lidar com o pouco tempo disponível para aprimorar nossas habilidades em meio a quantidade absurda de obrigações que temos que cumprir. Porque hoje há uma demanda social que exige que você seja bom em tudo.

É preciso ser cool, inteligente, ter um emprego bom e que você ganhe bem para pagar preços exorbitantes num aluguel ou na prestação de um apartamento. Isso tudo curtindo a vida, aproveitando o final de semana com amigos, em baladas e postando tudo nas redes sociais.

Eu tô cada vez mais me desobrigando disso. Quanto menos tempo eu passo em redes sociais mais controle eu tenho sobre a minha vida. Percebi que dá pra fazer tudo, mas sempre aos poucos, seguindo um ritmo, um ciclo, um passo por vez.

Sábado passado o Sesc Consolação realizou uma patinada no minhocão para comemorar o aniversário de São Paulo. Com o sol rachando lá pelas 10h, poucos se aventuraram a encarar o curto percurso de 4 km ( 2 para ir e 2  para voltar).

Teve também uma oficina numas rampas portáteis. Depois de eu tomar alguns tombos, os instrutores me ajudaram a subir e descer dos obstáculos. Lá um dos rapazes me disse que eu não precisava de aulas.

Mas se eu não tivesse fazendo aulas eu não ia descobrir sozinho como patinar de costas ou treinar pulos e chegar a passos, manobras e movimentos mais complexos. Sei que vai demorar um pouco até eu patinar bem.

O difícil é lidar com a ansiedade e o pouco parecer uma eternidade. Para isso, por enquanto eu vou tentar aproveitar esses dias de treinamentos, curtindo a viagem para depois curtir o destino.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Ensaio sobre o futuro

Tentei milhares de vezes. Iniciei muitos esboços. Procurei desenvolver cada uma das ideias que me passaram pela cabeça essa semana. De Big Brother a cotas raciais. Da falta de educação e da exasperação. Da ansiedade que nos faz sofrer. Tudo isso para fazer um post especial.

Diversos assunto surgiram e foram descartados. Está uma semana corrida. Muitas coisas pra fazer. Tive que bater o texto às pressas. Então o tema de hoje vai ser o nada. O grande nada. A maior e mais absoluta verdade que nos rodeia e nos cerca e invisível taí louca para ser descoberta, vista, escancarada, anunciada.

A verdade é que nada importa. E que nada, apenas nada, faz sentido. O tédio faz a gente tentar preencher o tempo com os nossos afazeres. E eles são na grande maioria tão inúteis, sem propósitos, que às vezes é difícil olhar adiante, ter perspectiva. Tudo é um eterno retorno. Tudo se repete. Dia após dia. Ano após ano.

Com leves diferenças. E é por isso que eu estou aqui. Para lidarmos com o tédio. Este vazio. Este eterno marasmo que é cumprir com as obrigações, pensando e esperando esses momentos bons que cada vez mais parecem acontecer apenas aos finais de semana. E isso quando a gente não tá trabalhando, pra dizer bem a verdade.

A ideia é preencher o tédio. Ser um último recurso. Aquela olhadinha naquele último site que a gente acessa para passar o embuste da vida. Quando todas aquelas chamadas já não dizem nada. E os textos que estão por trás daqueles links dizem menos ainda. É prender atenção, fazer você voltar. Uma vez por semana. Sempre às quintas. É o que tem. É o que terá

Porque eu ando sem caber em mim. E tenho lido boas coisas ultimamente. Sempre às segundas, que é o melhor dia da semana, em geral. Selecionei um time de colunistas queridos e neles eu sigo. Acolhido. Bem. Inspirado. Me sentindo um amigo íntimo.

Vanessa Barbara, Daniel Galera, Denise Fraga, Renato Essenfelder, Michel Laub, Daniel Pelizzari, Mirian Goldenberg, Antonio Prata, Mauricio Stycer, Tati Bernardi, Gregorio Duvivier, Leão Serva, Luli Radfahrer, Ronaldo Lemos, Raquel Rolnik e Ricardo Melo.

Uma seleção de textos bons sobre amor, política, artes, video-game, cinema, urbanismo, tecnologia, música. E eu queria retribuir. Escrever mais. Me expor menos. A intenção é ensaiar, arrumar uma gaveta. Agendar artigos, posts, crônicas. Brincar de colunista e me preparar para a vida que me aguarda em algum ponto do futuro.

Estou ensaiando pra isso. Testando linguagens, procurando narrativas. Tentando. Vamos ver o que sai daí.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Sobrevivendo ao horror

Não consegui assistir ao Globo de Ouro. No final das contas eu não tenho muita paciência pra eventos assim. Ainda se eu estivesse lá, vá lá. Pedi encarecidamente pra Raíra se eu podia fazer outra coisa.

Fui jogar video-game. A escolha do jogo não foi aleatória. Há dias que "Resident Evil: Code Veronica X" baixado há tempos está martelando na minha cabeça. Joguei muito pouco ele na vida.

Primeiro que ele saiu originalmente para DreamCast --quem por deus teve esse video-game?. Eu demorei para ter Playstation 2. Quando comprei o console, truques de Gameshark já não eram possíveis.

Este Resident não é lá muito fácil. Sem armas e vida infinita então, nem se fale. Ele exige paciência e dedicação. Daí que estava lá. Incomodando. Iniciado. Na lista de jogos comprados e não aproveitados. Parado em uma parte um pouco adiante do começo e intocado desde então.

A história aqui se passa pouco depois de "Resident Evil 3" trazendo como protagonistas Claire e Chris Redfield. Na trama, Claire invade uma base europeia da Umbrella em busca de seu irmão Chris, que está sumido desde os acontecimentos do primeiro Resident Evil.

É um game essencial para os fãs da franquia. É o último que traz todos os elementos do survival horror e que conserva toda a atmosfera sombria que consagrou a série. Zumbis, sustos e uma trilha sonora absurdamente assustadora. Sem falar na vagareza. É um jogo para sentir, respirar, parar, pensar e se envolver.

Muito mais emocionante do que "Resident Evil 6", por exemplo, em que você não para de correr e atirar e meio que só isso. Até as coisas acalmarem um pouco e você novamente correr e atirar de novo. Por horas a fio.

A dificuldade aqui também é grande. De modo geral ele me parece maior que seus antecessores. Eu terminei ele uma vez, ainda no Playstation 2. A vida é muito curta pra ficar morrendo dezenas de vezes na mesma área de um jogo.

É um jogo triste também. Em sua trajetória, Claire se depara com Steve, um rapaz que é filho de um cara que trabalhou pra Umbrella e virou zumbi. Se bem me lembro ele morre em algum momento bem antes do final do jogo. O que acaba sendo uma pena, já que eles formam um bom par romântico.

Além disso, há algo interessante que é reintroduzido aqui. Wesker volta como um dos vilões. E já apresenta a superforça e a agilidade desenvolvida pelos vírus e que ganha muito mais visibilidade e até importância no quinto game da série, com toda aquela coisa do HD, das texturas proporcionadas pelo sistema de gráficos e potência do Playstation 3.

Evidentemente o tanto que eu joguei, até um horário decente pra poder dormir, não foi suficiente para nem de perto terminar o jogo ou pelo menos de chegar à base na Antártida. Fica pra uma próxima. Agora que o jogo ganhou uma nova importância nessa vida.

Até porque este Resident Evil vem também com um gosto a mais de nostalgia. Da época pré-internet em que era impossível terminar qualquer jogo sem a ajuda de revistas especializadas. Sim. Noob que sou, fico com uma revista do lado. Uma raridade. Poder degustar assim alguma coisa.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

De mudança

Tantos dias sem entrar aqui que até a senha do Google eu esqueci. Dessa vez eu tive Ano Novo. Pude fazer meu ritual de entrar no mar no dia 31 e parar pra pensar no passado, no presente e no futuro. Uma pausa necessária e mais do que merecida pra poder ajustar os ponteiros, afinar o olhar pro que realmente importa.

Minhas resoluções e planos últimos foram traçados em outubro, nas férias, e até agora aos trancos e barrancos a gente está tentando se manter firme. Não está fácil. Mas está valendo a pena. É o que importa. Nada de grandes tratados para a vida nesta virada.

Esse ano tive que lidar com coisas ruins que marcaram. De perder o vô a ter o iPhone roubado, perder o exame da moto. Errei bastante, refiz muita coisa, aprendi. Novos programas de computador, novas coisas no Photoshop, a lidar com as pessoas.

No momento eu tô cheio de novas ideias e vontades. Sair de vez dessas redes sociais e viver a vida lá fora. Assistir mais filmes, ver mais novelas, ler mais livros e jornais. Escrever mais. Eu tô com novos projetos. Parecendo celebridade. Procurando o equilíbrio pra poder tocar tudo. Torcendo pra que vingue.

Isto era pra ser uma retrospectiva. Nem tá sendo muito. Janeiro não combina com olhar para trás. Melhor seguir em frente. Eu me sinto de mudança. Como se estivesse cercado de caixas e em cada uma delas tivesse uma escolha, um foco, as cenas do próximo capítulo.

Só não sei qual desses pacotes eu abro primeiro. Casar ou comprar uma bicicleta, fazer mais aulas de patins ou pular pro slackline, aulas de direção ou pular de para-quedas? Eu tô com uma fome de mundo, desejando não ser atropelado pela rotina e pelo ritmo do ano que tudo indica até agora que vai ser puxado.

A ordem, no entanto, é economizar. Aliás, preciso mudar. Queria ganhar o suficiente pra poder pagar um aluguel ou dar entrada no meu próprio teto. Ano novo e algumas questões continuam as mesmas. Tem coisa que muda bem pouco.