quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Em perspectiva

Semana passada eu saí com minhas amigas. Usei minha folga para fazer algo que há um tempinho não rolava de fazer. Sentar num bar, beber e conversar.

Troquei minhas horas de descanso no sofá para estar na companhia delas. E foi ótimo por muitos motivos.

É incrível estar na companhia de quem a gente ama. E conversar com elas foi bom pra colocar as coisas em perspectiva.

Está todo mundo mais ou menos no mesmo barco. Ninguém conseguiu juntar ainda seu primeiro milhão e estamos longe de conseguir.

Há problemas geracionais por toda parte. Há uma injustiça geral da vida e uma sensação irritante de urgência tão grande que isso sim eu chamaria de mal do século.

Nada é urgente. Tudo é urgente.

Às vezes eu sinto que não vou aguentar. Que vou quebrar em um milhão de pedacinhos. Que vou explodir e que nunca vou chegar onde eu quero.

Eu passo pelo baixo-Augusta e só penso que nunca terei minha casa, minha vida. Por que essa porra de prefeitura, governo é tão ineficiente enquanto a iniciativa privada fica cobstruindo apartamento em qualquer espacinho vago da cidade?

Chegamos ao volume morto de uma autoestima que nunca foi grande o suficiente e a situação só tende a piorar. Nem terapia deve mais resolver. Não que eu tenha dinheiro pra pagar.

São tantos traumas. Tantas coisas que eu gostaria de consertar aqui. Milhões de medos e insegurança moram dentro de mim.

A perspectiva de tudo é tão ruim que eu não consigo mais ver como, quando e se as coisas vão melhorar. É difícil não sentir culpa por relaxar e a cobrança tem sido minha mais constante companhia.

Até atividades que me seriam prazerosas viram motivo de frustração. Andar de patins virou o melhor exemplo disso.

É como se eu nunca fosse ser bom em algo. Apenas mediano ou menos que isso.

As pessoas não tem noção do quão nocivas podem ser suas atitudes para a vida dos outros.

Na segunda-feira eu desisti de ler o jornal. A coluna do Leão Serva sobre o desmatamento na Amazônia me deixou mal. O que é que eu posso fazer diretamente em relação a isso, daqui de São Paulo?

O que é que eu posso fazer diretamente em relação a vida?

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Mas também não é só o muro

É tão irracional, mas tão imbecil que não dá pra não rir desses argumentos. Desse medo de um "golpe" comunista. Não dá pra levar a sério esse tipo de pensamento. Não há uma linha de raciocínio para contra-argumentar.

É tão irreal e febril que não dá pra assimilar gente pedindo intervenção militar na avenida Paulista. E eu que pensava que terminada a eleição tudo seria mais tranquilo e a vida ficaria mais fácil. Ledo engano. 2014 entra para a história como mais um ano que não termina.