segunda-feira, 28 de setembro de 2015

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Passadão

Só me dei conta que não tinha back-up de minha pouca produção literária de gaveta desenvolvida ao longo de anos depois que formatei o notebook no começo de 2015. Essa carroça estava muito cheia, muito carregada. Eu precisava de leveza.

Como o material era inconsistente demais e nada se sustentava muito, não foi uma grande perda além do retrabalho que vai dar pra investigar, lembrar e digitar tudo o que está aqui na cachola (gente que fala cachola) decantando ao longo desses anos todos.

Eu falei que ia voltar. E aqui estou eu. Voltando. Pra começar voltei ao passado. Recuperei parte dos textos que eu tenho escrito em blogs na internet desde os meus 16 anos. São doze anos escrevendo sobre mim e a minha vida. Muitas reflexões, crises, desabafos e muitos registros de acontecimentos felizes. Muita coisa cifrada e muita coisa de momento.

O que eu sempre gostei em blog é que ele é versátil e permite brincar com diversas formas e conteúdos. Ao longo desse ano eu cresci, meu blog mudou, meu texto mudou, minha vida foi seguindo seu caminho. Meu tempo foi sendo outro. Algumas coisas se mantiveram como o excesso de referências e o cansaço e o sono que me acompanham há tanto tempo que não sei como não viraram eu.


Eu escrevi muitas bobagens e muita coisa séria, mas também foi o exercício que deu pra fazer sobre mim na ausência de poder fazer análise. Pelo menos a gente escreve e transforma a dor e o que a gente não entende em alguma forma de arte. Com diferentes graus de sucesso, sempre foi esse o exercício ao qual eu me propus aqui.

Desde 2003 a maioria dos blogs na internet virou outra coisa e uma forma de ganhar dinheiro. Blog enquanto negócio. Eu nunca fui bom pra fazer isso. Apesar de conhecer a mecânica e de ensaiar isso no Pilhas em Série, é algo que só vai acontecer se dedicar mais tempo a isso.

De qualquer forma, o que sempre me atraiu e a linha que eu sempre tentei seguir foi o caráter de diário que os blogs tinham quando começaram a virar sucesso e ter alcance fora das redes. Claro que com o tempo eu fui me questionando também sobre privacidade, sobre esse jeito de publicar e o quanto eu me expunha ou exponho.

Sem falar em pessoas ruins que passam ou passaram pela vida. Vendo os meus primeiros post dá uma certa nostalgia de um período onde a vida era mais simples, apesar de ter tons bastante dramáticos. Eu era um adolescente afinal de contas.

Naquela época o blog tinha também uma certa função de rede social. Era uma forma de estar em contato e com meus amigos e eles saberem da minha vida. Todos se comentavam e trocavam links. E é interessante também como essa dinâmica mudou. Hoje eu não sei quem me lê. Só tenho uma vaga ideia.

Por isso, se você é meu amigo, ou me conhece e está lendo esse texto, me conta. Vale por qualquer meio. Comentário, whatsapp, mensagem, ao vivo. Porque é importante pra mim. E eu também estou carente e passando por uma fase na vida.

Hoje muita gente escreve ~textão~ no Facebook. Eu não consigo fazer isso. E nesse quesito eu sou bem conservador. Meu blog não tem muitas fotos, e aqui é o lugar dos textos. É meio contraproducente, já que eu também desejo ser lido, mas o blog sempre foi uma coisa que eu fiz antes de tudo para mim.

Eu me reconheço em muitas coisas escritas ao longo desses anos todos, mas também vejo o quanto amadureci, cresci e mudei ao longo desse tempo. E não fiquei parado. Eu posso não saber exatamente onde eu vou chegar, porque metas eu tenho, mas tem coisas que não dependem de mim. E a vida, ah, a vida às vezes nos prega surpresas desagradáveis, nos dá rasteiras.

Também me ocorre agora o poder das palavras. O quanto projetar coisas boas ao universo atrai coisas boas e muita coisa legal já aconteceu na minha vida também. Equilíbrio. Pra mim a medida sempre esteve por aí.

A vida, a falta de tempo e vontade mudaram o tom dos meus textos, dos meus exercícios e haha procedimentos de escrita. Hoje a necessidade de escrever está batendo mais forte. Então eu estou me propondo também novos desafios. É o que tem pulsado aqui.

Olhar pra esse passado foi bastante rico e importante como parte de um processo de revisão pelo qual estou passando. Resgatei o material que deu. Há períodos da vida em que talvez eu estivesse mais preocupado em viver e postei pouco. Por algum motivo, não há registros de 2006 na internet. Achei curioso.

Daqui a uma semana eu saio de férias do serviço. E uma das coisas que eu quero muito fazer com esse tempo livre que eu vou ganhar é escrever todos os dias. Nem que seja só um pouco. E escrever, não apenas sobre mim, ou essa brincadeira de diário que mescla ficção e realidade.

Meus novos gadgets estão chegando. Então, se tudo correr como o previsto esse vai ser um mês bem satisfatório do ponto de vista da produção artística.

Eu tenho uma peça pra escrever como projeto singular, que conta como parte da avaliação na SP Escola de Teatro e há umas duas histórias pulsando para serem colocadas no papel em forma de literatura. Minha missão é fazer isso vir à tona.

E isso sem falar em outra coisa que eu tô tocando, mas que não dá pra falar agora. Então, melhor parar por aqui, pelo menos por enquanto. Até o próximo post.

domingo, 26 de abril de 2015

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Os donos da história

Foi falando superficialmente sobre a Bíblia e meu ponto de vista sobre ela que me ocorreu fazer esse post.

Eu sinto como se não tivesse voz e espaço. "Sua opinião é só sua opinião", eu ouvi algumas vezes. E por isso eu já deixei de me expressar.

Mas quer saber? Felizmente estamos na era da internet onde o choro é livre e o registro também.

Falta um microfone pra potencializar o que eu digo, fazer com que isso chegue ao mundo.
Mas pelo menos aqui eu exponho uma parte das minhas opiniões.

O que isso tem a ver com a Bíblia? É que eu não acredito nela. Não é um livro que me dá um norte como para muitas pessoas.

Eu acredito na Bíblia como uma fonte histórica, talvez. E ainda assim. Com muitas ressalvas. Afinal, todo registro parte de um ponto de vista.

Homens, poder. Os costumes de uma sociedade sob o ponto de vista de uma parcela muito provavelmente dominante de uma região.

Mais ou menos assim são feitos os registros históricos. A história da humanidade é em boa parte a história dos homens. o patriarcado dominante desde sempre colocou o ser humano do sexo masculino como protagonista dos eventos e fatos.

Tem uma lei na minha vida que é: não acredite em tudo o que você lê. Essa minha desconfiança ainda vai me salvar de enrascadas e de passar vergonha por aí.

Diante disso, preciso comentar como eu fiquei indignado quando li um certo alguém falando que programas governistas como o Vale Cultura é assistencialista e desnecessário.

Desnecessário do alto do seu castelo de marfim só se for.

Eu tô do lado de cá da desigualdade social que é quase uma marca registrada do nosso país. E é cada coisa que eu vejo sobre isso que me deixa impressionado. Dos muitos benefícios para os poucos "merecedores".

Com meu pouco salário meu sonho era ganhar um Vale Cultura. Ia me ajudar bastante na aquisição de uns livros, uns quadrinhos, umas peças de teatro. Mas quem sou eu no grande esquema das coisas? Uma engrenagem que pode facilmente ser substituida. Ou nem isso.

Por que falar disso? Porque a história não existe ao mesmo tempo que nós construimos e fazemos nossa própria história. E essa é a minha. Para não esquecer de olhar para trás.

Não dá para só um lado ter voz. Eles (vocês) não são os donos da história.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Pra lembrar

De repente achei que esse Ano Novo merecia uma espécie de retrospectiva.

Espécie, porque eu não sou tão bom pra essas coisas. Minha memória me trai horrores. Eu esqueço de coisas boas. Eu lembro das ruins. E lidar com dificuldades as mesmas de sempre turvam a visão.

É como se as irritações sem solução do dia a dia acabassem por formar um véu, um tipo de neblina, que confunde e não me permite enxergar o dia lindo que faz depois que o nevoeiro passa.

Felizmente passa.

Foram muitas as conversas sobre isso. Sobre o ano novo, sobre o fim do ano. Sobre estar mais velho. E algumas das frases e ensinamentos dos últimos dias ficam martelando na minha cabeça.

Quando a gente está vivendo um problema ele parece enorme, horrível, péssimo, monstruoso e a sensação é de que nunca vai acabar. Para essas situações, o tempo. Nada como ele pra gente pode mensurar tudo direitinho.

O agora não permite a real noção das coisas. Viver é um turbilhão. Quando as coisas passam é que dá pra ver o tamanho que elas eram de verdade.

Que isso fique de lição. Guardado na memória, registrado e que eu use isso para os momentos de desespero, fraqueza pra poder ter forças, seguir em frente, e enfrentar os meus demônios.

Pra esse ano eu queria mais paciência pra lidar com o que me atormenta e não me deixar afetar tanto por aquilo que eu não posso controlar. E meus dias são cheio delas. Sinto que começar a fazer esse exercício, que é de dentro pra fora, vai me fazer bem e vai me melhorar.

Para concluir, é importante lembrar do quanto deve ser ruim e triste ser a pessoa que ninguém gosta. A carga negativa, a agonia imensa que é viver dentro dessas cabeças e com isso a falta de paz.

Pedidos. Dois. Força, pra passar pelos momentos difíceis. Nem só de prosperidade, saúde, sucesso e conquistas se faz a vida. E sabedoria. Para reconhecer e aproveitar cada bom momento que este ano tem pra oferecer. 2015 pode vir que eu não tô com medo de você.