quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Os donos da história

Foi falando superficialmente sobre a Bíblia e meu ponto de vista sobre ela que me ocorreu fazer esse post.

Eu sinto como se não tivesse voz e espaço. "Sua opinião é só sua opinião", eu ouvi algumas vezes. E por isso eu já deixei de me expressar.

Mas quer saber? Felizmente estamos na era da internet onde o choro é livre e o registro também.

Falta um microfone pra potencializar o que eu digo, fazer com que isso chegue ao mundo.
Mas pelo menos aqui eu exponho uma parte das minhas opiniões.

O que isso tem a ver com a Bíblia? É que eu não acredito nela. Não é um livro que me dá um norte como para muitas pessoas.

Eu acredito na Bíblia como uma fonte histórica, talvez. E ainda assim. Com muitas ressalvas. Afinal, todo registro parte de um ponto de vista.

Homens, poder. Os costumes de uma sociedade sob o ponto de vista de uma parcela muito provavelmente dominante de uma região.

Mais ou menos assim são feitos os registros históricos. A história da humanidade é em boa parte a história dos homens. o patriarcado dominante desde sempre colocou o ser humano do sexo masculino como protagonista dos eventos e fatos.

Tem uma lei na minha vida que é: não acredite em tudo o que você lê. Essa minha desconfiança ainda vai me salvar de enrascadas e de passar vergonha por aí.

Diante disso, preciso comentar como eu fiquei indignado quando li um certo alguém falando que programas governistas como o Vale Cultura é assistencialista e desnecessário.

Desnecessário do alto do seu castelo de marfim só se for.

Eu tô do lado de cá da desigualdade social que é quase uma marca registrada do nosso país. E é cada coisa que eu vejo sobre isso que me deixa impressionado. Dos muitos benefícios para os poucos "merecedores".

Com meu pouco salário meu sonho era ganhar um Vale Cultura. Ia me ajudar bastante na aquisição de uns livros, uns quadrinhos, umas peças de teatro. Mas quem sou eu no grande esquema das coisas? Uma engrenagem que pode facilmente ser substituida. Ou nem isso.

Por que falar disso? Porque a história não existe ao mesmo tempo que nós construimos e fazemos nossa própria história. E essa é a minha. Para não esquecer de olhar para trás.

Não dá para só um lado ter voz. Eles (vocês) não são os donos da história.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Pra lembrar

De repente achei que esse Ano Novo merecia uma espécie de retrospectiva.

Espécie, porque eu não sou tão bom pra essas coisas. Minha memória me trai horrores. Eu esqueço de coisas boas. Eu lembro das ruins. E lidar com dificuldades as mesmas de sempre turvam a visão.

É como se as irritações sem solução do dia a dia acabassem por formar um véu, um tipo de neblina, que confunde e não me permite enxergar o dia lindo que faz depois que o nevoeiro passa.

Felizmente passa.

Foram muitas as conversas sobre isso. Sobre o ano novo, sobre o fim do ano. Sobre estar mais velho. E algumas das frases e ensinamentos dos últimos dias ficam martelando na minha cabeça.

Quando a gente está vivendo um problema ele parece enorme, horrível, péssimo, monstruoso e a sensação é de que nunca vai acabar. Para essas situações, o tempo. Nada como ele pra gente pode mensurar tudo direitinho.

O agora não permite a real noção das coisas. Viver é um turbilhão. Quando as coisas passam é que dá pra ver o tamanho que elas eram de verdade.

Que isso fique de lição. Guardado na memória, registrado e que eu use isso para os momentos de desespero, fraqueza pra poder ter forças, seguir em frente, e enfrentar os meus demônios.

Pra esse ano eu queria mais paciência pra lidar com o que me atormenta e não me deixar afetar tanto por aquilo que eu não posso controlar. E meus dias são cheio delas. Sinto que começar a fazer esse exercício, que é de dentro pra fora, vai me fazer bem e vai me melhorar.

Para concluir, é importante lembrar do quanto deve ser ruim e triste ser a pessoa que ninguém gosta. A carga negativa, a agonia imensa que é viver dentro dessas cabeças e com isso a falta de paz.

Pedidos. Dois. Força, pra passar pelos momentos difíceis. Nem só de prosperidade, saúde, sucesso e conquistas se faz a vida. E sabedoria. Para reconhecer e aproveitar cada bom momento que este ano tem pra oferecer. 2015 pode vir que eu não tô com medo de você.