domingo, 18 de agosto de 2013

Do Night Riders

As inimigas bem que tentaram me derrubar, mas não conseguiram. No meio do percurso, em cima do Minhocão, o pedal esquerdo da bike simplesmente caiu. Daí foi pegar ele rápido e parar no canteiro central pra rosqueá-lo novamente.

Como não fui o único que protagonizou esse incidente tirei essa da conta das invejosas. Mas preciso de uma chave inglesa anyway, pra prender o pedal com mais força agora. Em todo caso, completei a prova, apesar de ter desencanado bonito de pegar a medalha.

Seria mais uma tranqueira pra acumular, ocupar espaço e pegar pó. Tô suave disso aí. No mais, completei o percurso e tô bem satisfeito com tudo. A bike vinha no kit do Night Riders, uma pedalada noturna pelo centro de São Paulo que aconteceu ontem.

Fiz minha inscrição há uns dois meses e fui na sexta com a Teka retirar a bike dobrável. Tempo ruim e mal condicionamento ela acabou furando ontem e eu fui sozinho pro rolê. Encontrei o Rubão lá no Anhangabaú, de onde partimos. Antes eu fui pela ciclovia da Penha até o Tatuapé e antes ainda dei umas voltinhas aqui na rua de casa mesmo.

O passeio foi incrível, gostei bastante da bike. Vai servir para o que eu queria mesmo, dar umas pedaladas eventuais e levar pra Caraguá em férias, feriados e finais de semana aleatórios. Mas ela não é muito pró não. Não é lá muito veloz. Ou eu que não soube ajustar as marchas, sei lá.

Subir o Vale do Anhangabaú foi um pouquinho penoso para alguns. A subida da Faculdade de Direito do Largo São Francisco também não foi bolinho. Muitos desceram da bike e subiram a pé esses trechos. Mas o pior foi a subida para o Minhocão, que virou uma romaria das bikes.

Durante o percurso fomos afunilados algumas vezes, primeiro na rua São Bento. Havia algumas barracas instaladas por moradores de rua ali. Aliás, como a noite deixa evidente o grande número de pessoas em situação de rua. De dia parecem que são invisíveis. Se misturam ou se camuflam no meio da população, ou às vezes a gente que está tão acostumado a isso, a esse problema, que a gente já nem sente mais e convive.

Será que não tem mesmo como resolver isso? Dar condições melhores de vida, de preços, de custos, de oportunidades? Ser partidário da bike te coloca numa espécie de ideologia coletiva pelo uso do transporte público e integrado com a cidade, você discute acessibilidade, mas ali do lado da gente um monte de gente sem acesso algum, a nada. E ontem tava um puta frio ainda.

Primeira vez pedalando pelas ruas da cidade, o passeio deu uma boa ideia da guerra velada que rola em São Paulo (quiçá nos grandes centros urbanos) entre motoristas e ciclistas. Durante o trajeto alguns pontos cegos, de pouca segurança, como na Ipiranga com a São João ou na São João com a Duque de Caxias. Os motoristas na Ipiranga e na Duque incomodados e impacientes, buzinando, acelerando.

Sei lá. Merda não tem hora pra acontecer e também já vimos situações em que motoristas simplesmente avançaram pra cima de ciclistas nesta vida. Na Ana Cintra ali atrás da Folha, rolou um stress com pedestres que queriam atravessar a rua também. Mas o pior foi a chegada na praça da República - onde tivemos que pedalar do lado do trânsito fluindo - e ao chegar ali na  Ipiranga com a São Luís. Dos carros que estavam virando sem se importarem muito e sem a CET ou a Polícia Militar pra segurar o trânsito.

No mais pedalar foi ótimo. Empolguei. Me deu um novo gás. Vou procurar ficar por dentro de outros passeios do tipo. Também descobri que há uma espécie de confraria secreta da bike, no estilo que rola com motoboys também acontece quando você está com uma bicicleta. Algumas pessoas são simpáticas e conversam com você. Alguns ciclistas interagem e trocam dicas. E tinha uns boy gatos. Me apaixonei umas 3 vezes lá. Como diria a Teka, o amor está na bike.

Um comentário:

Anônimo disse...

Falta de organização total!!!